Never Mind

----
Às vezes eu gostaria de acreditar que conseguirei ver a morte, mais dia ou menos dia, como algo que "tinha que ser" ou que "veio porque era a hora". Com certeza oportunidades para aprender não me faltaram até hoje.

Mas não é bem assim. Falta de vontade de acreditar em alguma religião talvez? Não sei. Também não sei se é o tipo de coisa que se faz por vontade própria.

Whatever the case, ainda que quase corriqueiro, o falecimento de pessoas queridas tem sempre esse efeito de forçosa revisão, essa maneira brutal de te trazer novas perspectivas sobre suas verdades e certezas, esse momento surreal de anulação de valores.

Um grande homem se foi, tranquilo, quero crer, por ter construído tanto e por deixar as pessoas mais importantes de sua vida preparadas para seguir em frente, com responsabilidade e com princípios.

Vamos tentar respeitar seus últimos desejos. Com certeza nada há de ser mais importante do que isso neste momento. Mais uma lição de um mestre, indubitável, ainda não sei se a última.

Não haverá anúncio, nem velório ou qualquer tipo de luto. Assim ele preferiria, e deixou tudo muito claro e formalizado, como era seu estilo. O homem consegue ser um exemplo mesmo quando não mais presente.

Ontem foi o dia de correr atrás, providenciar soluções, reviver a dor ao comunicar os mais amados, cuidar das coisas mundanas. Hoje é o domingo dele, um dia que muitos vão dedicar à memória, ao exercício de gravar tantas coisas boas definitivamente.

Hoje poucas coisas fazem sentido para muitas pessoas queridas. Espero ter feito o bastante por todos.


'Stop all the clocks, cut off the telephone
Prevent the dog from barking with a juicy bone.
Silence the pianos and with muffled drum,
Bring out the coffin...let the mourners come.


Let aeroplanes circle, moaning overhead,
Scribbling on the sky the message: He is Dead.
Put crepe bows 'round the necks of public doves,
Let traffic policemen wear black, cotton gloves.


He was my North, my South, my East, my West.
My working week and my Sunday rest.
My noon, my midnight, my talk, my song,
I thought love would last forever: I was wrong.


The stars are not wanted now, put out every one.
Pack up the moon and dismantle the sun.
Pour out the ocean and sweep up the wood,
For nothing now can ever come to any good."

No comments: