Mind the End

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Tamos aí, quinta feira...

Estou eu aqui, me arrastando pelo teclado, entregando todas as tarefas de que não gosto, esquecendo de comer, olhando sem ver.

Ando movido por uma visão, estes dias. A visão de minhas princesas, que crescem sem eu ver, que viram gente longe de mim.

Morrí mais um pouco estes últimos dias. Alguma coisa quebrou, se é que alguém se importa.

Mas as obrigações continuam, e as demandas estão aí. O mundo não pára, e a vida continua dura para quem é mole. Tem coisas que não mudam.

Eu tenho que manter minha independência, tem muita gente que conta com isso, não que me cobrem, entenda bem. Deve ser esta minha pretensão de querer saber resolver tudo, esta minha vontade de consertar até o que não estava quebrado para começo de conversa.

Mas tenho tentado me manter atento aos meus princípios, tenho procurado guiar meus passos com os olhos bem abertos. Ainda consigo me olhar no espelho, mesmo que seja para não reconhecer meus olhos arregalados, meu couro velho, meus pêlos. Isto há de valer alguma coisa.

E tenho tentado respirar e andar e falar como antes, e respeitar os medos dos outros. Não quero assustar ninguém mais do que já faço normalmente.

Nunca me considerei exemplo para nada, nem nunca quis essa renponsabilidae. Não acho meus referenciais absolutos para os da minha raça, mas hoje sei que falho tanto e tanto por não exercitar um pouco mais minha tolerância.

Acho que estou tentando pedir desculpas. Ainda que isto não se pareça com um pedido de desculpas. Eu deveria ter aprendido a escrever cartas, começando pelas de amor, daquelas com papel perfumado e letras longuilíneas, mas provavelmente estava perdido no estudo de alguma técnica, ou método, ou procedimento.

Sou levado a pensar se existe o limite físico para o quanto se pode levar para dentro de uma única pessoa. Talvez. Ou então tudo vira exercício, e aqueles que se deixam atrofiar é que ganham, por não precisar suportar nada.

Ou então é só meu cansaço me enevoando mais uma vez.

Mas em breve eu descanço.

Só não aqui, e não sem antes me render aos braços de meus anjos elétricos.

Boa noite

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